Desde a saída do CEO Gary Barber, em 2018, a venda da MGM está cada vez mais próxima de acontecer. Desta vez, entre os possíveis compradores está a Apple, que, coincidentemente ou não, anunciou seu novo iPhone nesta terça-feira, 13, ao som da música-tema de James Bond.
httpvh://www.youtube.com/watch?v=HpS1KFALe88
A venda da MGM é uma história que se desenrola já há algum tempo. Em 2016, o estúdio esteve perto de fechar negócio com investidores chineses, mas as negociações não foram para a frente devido a um bloqueio do governo chinês com investimentos estrangeiros. Na época, a transação ocasionou o atraso de um ano no início da produção de Bond 25.
No ano seguinte, foi noticiado que Gary Barber (ex-presidente do estúdio na época) já estaria em negociações avançadas para vender a companhia para a Apple por US$ 6 bilhões, sem o conhecimento do alto-escalão do estúdio. Embora a MGM tenha negado os rumores, Barber acabou sendo demitido do cargo. Desde então, a companhia segue sem um representante oficial e as responsabilidades de CEO são divididas entre os membros do conselho. Entre eles, está o maior acionista do estúdio, Kevin Ulrich.
Quem detém os direitos da franquia 007? Entenda
Atualmente, a MGM detém 50% dos direitos dos filmes da franquia James Bond. Os outros 50% são da Danjaq, subsidiária da EON Productions, ambas administradas pelos produtores Barbara Broccoli e Michael G. Wilson. O negócio da MGM com a Danjaq é complexo. Mas em resumo, a MGM dá o dinheiro e a EON faz os filmes, simples assim. O estúdio controla os direitos de distribuição doméstica das produções, enquanto a Danjaq faz as negociações de merchandising.
Antigamente a MGM era também quem distribuía os filmes em todo o mundo, mas após o estúdio declarar falência e ter passado por uma reestruturação, acabou sendo obrigado a fazer parcerias com outros estúdios para a distribuição em territórios internacionais.
O plano da MGM era lançar 007 – Sem Tempo Para Morrer ainda em 2020 — por isso a insistência com novembro nos materiais promocionais — lucrar com a bilheteria do filme e reduzir parte da dívida de US$ 2,3 bilhões, para só depois colocar o estúdio à venda pelos US$ 6 bilhões já oferecidos em uma oferta feita pela empresa de Tim Cook.
Avaliada em aproximadamente US$ 9 bilhões de dólares, o trunfo da MGM são justamente os direitos sobre a franquia James Bond, que sozinha vale aproximadamente US$ 3 bilhões. Além dos filmes de 007, o estúdio também possui em seu acervo sucessos como Rocky, Mad Max, Robocop e a premiada série The Handmaid’s Tale.
Com Bond 25 agora adiado para 2021, os planos do estúdio também mudaram. Segundo um artigo publicado pelo Wall Street Journal, a nova estratégia é colocar a MGM à venda com 007 – Sem Tempo Para Morrer ainda inédito em seu acervo, e, com isso, ter uma carta na manga para avançar com a negociação.
Ainda de acordo com a publicação, além da Apple, que já havia demonstrado interesse na compra da MGM desde 2017, a Comcast (dona da Universal), Amazon e Facebook estariam em negociações preliminares sobre uma possível aquisição. Embora a Netflix não tenha sido mencionada no artigo, uma oferta já havia sido feita em janeiro deste ano.
Um detalhe não informado no artigo do Wall Street Journal, mas que também vale o destaque, é que a MGM não renovou o contrato que tinha com a FOX Home Entertainment (agora propriedade da Disney) para a distribuição em home-video do seu catálogo com mais de 4.000 títulos e consequentemente dos filmes de 007.
Independente de quem efetivar a compra do estúdio do leão, ficará responsável pelo lançamento e distribuição de 007 – Sem Tempo Para Morrer tanto nos cinemas quanto em DVD e Blu-ray.
Sem um grande estúdio de distribuição para os seus filmes, a Apple teve que firmar parcerias com estúdios independentes para poder lançar suas produções no cinema. No ar desde novembro do ano passado, o serviço Apple TV+ é constantemente criticado pela falta de conteúdo em seu acervo.
Se a “James Bond Theme” tocada no evento da Apple desta terça-feira, 13, não foi realmente em vão, além do impulso de títulos de peso no vasto catálogo da MGM daria no serviço de streaming da maçã, os filmes da franquia 007 provavelmente desapareceriam de qualquer outra plataforma digital, e o lançamento em PVOD (Premium Video on Demand) de 007 – Sem Tempo Para Morrer estaria cada vez mais perto de acontecer. Além disso, os telefones da NOKIA, parceira do filme até agora, seriam alterados digitalmente.
Com informações MI6-HQ
Sem Comentários