George Lazenby

George Robert Lazenby foi o segundo ator a interpretar o agente secreto James Bond, substituindo Sean Connery em um único filme, 007 – À Serviço Secreto De Sua Majestade. Natural da cidade de Goulburn na Austrália, além da arrogância natural, também herdou outra característica de 007: o espírito aventureiro. Durante os intervalos das pequenas produções em que atuou, ele navegou pelo mediterrâneo e participou de competições de carro e de motocross.

Controvérsia: esta é a palavra que melhor define a escolha de George Lazenby para estrelar 007 – À Serviço Secreto De Sua Majestade. Alguns consideram sua atuação magnífica e um dos melhores filmes da série, outros rejeitam totalmente o ator como James Bond, alegando que ele humanizou demais o personagem, famoso por sua frieza, impiedade e estreita relação com as mulheres. O fato é que George Lazenby interpretou o agente uma única vez em um dos melhores filmes de toda a franquia.

Australiano e filho de pais rigorosos, saiu de casa aos 15 anos e logo depois se alistou no Exército Australiano, onde permaneceu durante quatro meses. Depois, trabalhou como mecânico e vendedor de carros em várias partes do país. Em 1964, desembarcou em Londres, coincidentemente no mesmo ano em que Ian Fleming morreria e que Pierce Brosnan, então com 11 anos, também aterrissaria no país. Foi lá, onde conseguiu emprego como vendedor de carros, até encontrar o fotógrafo Chard Jenkins, que o persuadiu a seguir a carreira de modelo. Em apenas um ano, George Lazenby havia se transformado em um dos modelos mais bem pagos, não só da Inglaterra, mas de toda a Europa.

Antes de iniciar a carreira de modelo que o consagrou, o ator passou maus bocados na capital inglesa. Segundo ele, o quarto do hotel em que ele se hospedou antes de começar a trabalhar como vendedor de carros, era tão pequeno que “ele tinha de se vestir no corredor”.

Uma breve (mas impactante) jornada

Foi quando o agente secreto cruzou seu caminho por puro acaso. Por meio de um amigo, conheceu a produtora Maggie Abbot, exatamente no mesmo período em que Sean Connery deixava a série. Assim que o viu, ela visualizou-o como o novo James Bond, e insistiu para que fizesse um teste, dando-lhe todas as coordenadas. George Lazenby, um fã inveterado de 007, aceitou a sugestão. Cortou o cabelo, vestiu-se com o mesmo alfaiate de Connery e adentrou o escritório da EON Productions atrás procurando de Harry Saltzmann: “Ouvi dizer que vocês estão procurando um novo James Bond”, foram suas primeiras palavras. Essa petulância lhe rendeu um teste entre os 400 candidatos que estavam sendo avaliados. Com apenas 29 anos, foi escolhido pelos produtores, que ficaram impressionados com sua atuação.

Apesar da falta de experiência, o ator confiava plenamente em suas habilidades. Porém, esta predisposição não durou muito. O mesmo espírito independente e confiante que o havia consagrado em breve acabaria por prejudicá-lo. Logo, começou a dar mostras de sua arrogância, a se indispor com a equipe de filmagem e até com a atriz Diana Rigg, seu par romântico no filme. Quando a produção acabou, George Lazenby teria se recusado a continuar na série. Apesar de seu gênio indócil, o ator confessou ter agido erroneamente na época em que atuou como Bond e ter desperdiçado seu passaporte para o sucesso. “Me comportei estupidamente, mas as pessoas têm de levar em consideração que era o meu primeiro filme. Não sou a mesma pessoa que estragou sua carreira anos atrás”.

Embora admita ter agido inadequadamente na época em que atuou como agente secreto e confesse ter mudado sua personalidade, George Lazenby não segurou sua língua ferina ao saber da escolha de Pierce Brosnan para interpretar o personagem em 1994.

“Bond é um homem másculo e excelente lutador, capaz de entrar em uma sala e brigar com três homens ao mesmo tempo. Se Brosnan entrar em uma sala, duvido que alguma pessoa ao menos olhe para ele. Porém, estamos nos anos 90 e as mulheres anseiam por um homem diferente, com características femininas. E isto, certamente, Brosnan possui”, declarou. Na época em que foi escolhido para o papel, chegou a dizer: “Sean Connery fez um bom trabalho, mas eu acredito que também posso me sair muito bem. Acatarei as sugestões dos diretores e produtores e pretendo aprender muito com eles.”

Além da fama de esnobe e arrogante, as mulheres que passaram pela vida do ator também lhe atribuíram algumas outras características nada positivas. “Ele só sabe falar da Austrália e pensa apenas em sexo”, disse um dos seus muitos affairs para um jornal inglês na época.

Em 2002, Lazenby se casou com a ex-jogadora de tênis Pam Shriver. Eles tiveram três filhos, incluindo gêmeos nascidos em 2005. Em agosto de 2008, foi relatado que Shriver havia entrado com um pedido de divórcio de Lazenby. Documentos arquivados no Tribunal Superior de Los Angeles citaram “diferenças irreconciliáveis”. O divórcio foi finalizado em maio de 2011.

Seu público desentendimento com os produtores e sua personalidade difícil tiveram um efeito extremamente negativo em sua carreira. Ele nunca mais alcançou o mesmo sucesso obtido como 007. Atuou na série erótica “O Perfume de Emmanuelle” o no seriado de TV “Havaí 5.0”, além de pequenas produções realizadas em Hong Kong e na Austrália.

Em 2017, estrelou no documentário “Becoming Bond”, com reconstituições dramáticas da vida do ator intercaladas com imagens reais de entrevistas com ele. O filme foi escrito, produzido e dirigido por Josh Greenbaum.

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