Roger Moore

Sir Roger George Moore, foi o terceiro ator a interpretar o agente secreto James Bond, em sete filmes. Desde 1991, atuou como embaixador do UNICEF, e por suas ações humanitárias foi condecorado em 1999, Cavaleiro do Império Britânico pela Rainha Elizabeth II, recebendo o título de Sir. Faleceu em 23 de maio de 2017 após uma breve luta contra o câncer.

Inglês, o sempre bem-humorado Roger Moore estreou como 007 em 1973 com a difícil missão de substituir Sean Connery, após 007 – Os Diamantes São Eternos. Para os produtores e a maioria do público, a missão foi bem sucedida, mesmo sendo tachado por alguns fãs como bonzinho demais para o papel. Até hoje, foi quem mais atuou na serie oficial como o agente do Serviço Secreto de Sua Majestade, um total de sete vezes.

Nascido em Londres em outubro de 1927, desembarcou nos Estados Unidos em 1953 depois de representar pequenos papéis em filmes ingleses. Havia sido contratado pela MGM para atuar como coadjuvante em suas produções, inclusive teria sido cotado para ser James Bond no início da franquia, em 1962. O convite só não foi feito devido ao seu contrato com o seriado “O Santo”, adiando seu primeiro acerto com a produção de 007 por dez anos. Antes de se tornar James Bond em Com 007, Viva E Deixe Morrer, além da série de TV “O Santo”, o ator já era bastante conhecido como Brett Sinclair da série norte-americana “The Persuaders!”, fazendo dupla com Tony Curtis, e exibida mundialmente na década de 1970.

“Quando você representa um personagem por muito tempo, você aprende a conhecê-Io. Sabe exatamente como ele iraá reagir; o que irá dizer e o que está pensando”, disse Roger Moore sobre suas atuações como 007. Antes de ser ator, Moore, que adorava desenhar, foi cartunista de desenhos animados em Londres, ganhando apenas 7 dólares por semana. Moore, assim como Connery e Lazenby serviu nas Forças Armadas logo após o término da Segunda Guerra Mundial. Depois que saiu do Exército, resolveu seguir outra carreira que não a de ator: modelo fotográfico, área em que Connery também atuou por algum tempo.

Nessa época, Moore conheceu Audrey Hepburn, de quem se tomou amigo, depois vizinho e, por fim, colega na UNICEF (ambos como embaixadores do órgão). Seu primeiro trabalho como ator foi numa versão inglesa de “César e Cleópatra”. O co-diretor Brian Desmond Hurst gostou tanto do jovem e inexperiente Moore e custeou seus estudos na Real Academy of Dramatic Arts.

O primeiro sucesso americano de Moore aconteceu no início da década de 60, ao substituir o ator James Garner no seriado de western “Maverick”. Percebeu-se aí que lhe passar o bastão era uma tarefa bem-vinda e bem-executada. Com certeza, foi assim que os executivos dos estúdios MGM entenderam. Quando em 1972, os produtores chegaram a um impasse — Sean Connery se negava a retomar James Bond e George Lazenby não tinha agradado no sexto filme da franquia, 007 – À Serviço Secreto De Sua MajestadeHarry Saltzman então resolveu chamar Roger Moore.

Nobody Does It Better

Após a assinatura do contrato, o produtor fez duas exigências: o ator deveria emagrecer e também cortar o cabelo, o que Moore fez sem questionar. Mesmo mais magro e com os cabelos aparados, a produção pediu outra vez que emagrecesse mais e cortasse ainda mais o cabelo. Ele cumpriu o que pediam, mas questionou os produtores: afinal, por que não chamavam um ator mais magro e com o cabelo mais curto para atuar como o agente? Para alívio dos fãs, Saltzman e Broccoli insistiram no inglês. E Moore adorou. “Nossa, eles realmente permitem que você se torne uma criança realizando suas fantasias!”, comentou durante as gravações de seu primeiro filme como James Bond, Com 007 Viva E Deixe Morrer.

Apesar de ter trabalhado em vários outros filmes fora da série 007, Moore ficou estigmatizado, assim como Connery. No entanto, ele procurou tirar proveito disso, fazendo comerciais de TV e atuando em filmes com papéis que faziam referência ao agente secreto, como em “O Mundo Das Spice Girls”, no qual viveu um vilão chamado Mr. Big. Após doze anos servindo Sua Majestade, Moore se despediu do papel dizendo que era a hora, pois as pessoas poderiam ficar cheias dele, e ele, cheio de Bond. “Também não fica bem um velho contracenar com belas garotas.” Velho? Os inúmeros fãs que surgiram depois de sua primeira aparição como Bond, em 1973, discordariam sumariamente. Para vários deles, Moore foi melhor que Connery.

Ao longo dos 12 anos que ficou a frente da franquia, o ator acumulou hematomas. Em Com 007 Viva E Deixe Morrer, quebrou um dente enquanto pilotava uma das lanchas usadas durante a perseguição na baía da Louisiana. Em 007 Contra Octopussy, cortou a mão e deslocou um ombro. Os fãs mais fervorosos e fiéis a Sean Connery achavam Roger Moore velho demais para interpretar o agente. Sean estreou como 007 aos 32 anos, enquanto Moore tornou-se Bond com 45 anos e deixou o papel com 57, em 007 – Na Mira Dos Assassinos, de 1985. Na década de 90 fãs pediam pelo retorno de Moore ao papel de Bond, assim como Connery fez em “Nunca Mais Outra Vez”. Porém Moore respondia com gargalhadas: “Só se for na divisão geriátrica do Serviço Secreto como o agente 0089”.

Assim como Bond, Roger Moore também colecionou mulheres. Casou-se três vezes e teve três filhos, Deborah, Geoffrey e Christian. Nos últimos anos de vida, venceu um câncer de próstata enquanto vivia em Mônaco com sua esposa, a socialite dinamarquesa Christina Tholstru, união que provocou a ira de sua segunda mulher, Luísa Mattioli, com quem viveu por trinta anos, já que Christina era amiga do casal.

Em 1991 veio ao Brasil empossar Renato Aragão como representante da UNICEF no país, e em Setembro do ano 2000, esteve presente com empresários e celebridades brasileiras, inculindo a apresentadora Fernanda Lima, no Castelo de Caras.

Nos últimos anos de vida fez pequenas participações em programas de televisão e cinema, muitas vezes emprestando sua voz para animações como no filme “Cães E Gatos 2: A Vingança De Kitty Gallore” em que emprestou sua voz para um personagem de nome curioso, Tab Lazenby.

Roger Moore nos deixou no dia 23 de maio de 2017, após uma rápida luta contra um câncer.

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