Famoso pelo seu distinto charme inglês, Sir Roger Moore também era uma pessoa muito querida por todos que tiveram a oportunidade de conhecê-lo durante os seus 89 anos. Com sua morte, diversas histórias de encontros com o ator surgiram na internet, mas nenhuma delas comoveu tantas pessoas como a do inglês Marc Haynes. Em uma postagem no Facebook que já passa de 80 mil curtidas e 22 mil compartilhamentos, ele recorda uma belíssima lembrança do dia em que conheceu o próprio James Bond em pessoa.
Aos 7 anos de idade em 1983, nos dias em que não existiam lounges de Primeira Classe nos aeroportos, eu estava com meu avô no aeroporto de Nice, e vi Roger Moore sentado no portão de embarque, lendo um jornal. Falei para o meu avô que eu tinha acabado de ver James Bond, e perguntei se nós poderíamos ir até lá para que eu pudesse pegar um autógrafo. Meu avô não fazia idéia de quem James Bond ou Roger Moore eram, então nós caminhamos até lá, ele me colocou na frente de Roger Moore, e disse: “Meu neto disse que você é famoso. Você pode assinar isso?”
De maneira encantadora como você esperaria, Roger perguntou meu nome, e assinou a parte de trás do meu bilhete de embarque. Uma nota cheia de agradecimentos. Fiquei extasiado, mas quando voltamos para os nossos assentos, olho para a assinatura e é difícil decifrá-la. Definitivamente não diz “James Bond”. Meu avô também olha, e parece dizer “Roger Moore”. Eu não faço a mínima idéia de quem seja, e meu coração desaba. Falo para o meu avô que ele assinou errado, que colocou o nome de outra pessoa. Segurando o bilhete que ele acabara de assinar, meu avô volta até Roger Moore.
Lembro de ficar sentado e meu avô dizer: “Ele disse que você assinou o nome errado. Ele disse que seu nome é James Bond.”. O rosto de Roger Moore enrugou-se de satisfação, e ele acenou para eu ir até lá. Ele aproximou-se de mim e se inclinou, ergueu as sobrancelhas e sussurrou: “Eu preciso assinar meu nome como Roger Moore, caso contrário, Blofeld vai descobrir que eu estava aqui”. Pediu para eu não contasse a ninguém que tinha visto James Bond e me agradeceu por manter o segredo. Voltei aos nossos lugares, com os nervos a flor da pele, e meu avô perguntou se ele tinha assinado como James Bond. Eu disse que não, que havia me enganado. Agora, eu estava trabalhando com James Bond.
Muitos, muitos, muitos anos depois, eu estava trabalhando como roteirista em uma gravação com a UNICEF, e Roger Moore iria fazer uma aparição como Embaixador. Muito gentil com todos, enquanto as câmeras estavam sendo preparadas, contei a ele a história de quando o conheci no aeroporto de Nice. Ele ficou feliz em ouvi-la, sorriu e me disse: “Bom, eu não lembro disso, mas fico feliz que tenha conhecido James Bond”. Foi adorável.
E então ele fez algo brilhante. Depois da gravação, ele passou por mim no corredor em direção ao seu carro, e quando chegou perto, parou, olhos para os lados, ergueu uma sobrancelha e sussurou: “É claro que lembro do nosso encontro em Nice. Eu não disse nada lá dentro, por causa dos cinegrafistas. Qualquer um deles pode estar trabalhando para o Blofeld”.
Eu estava tão encantado aos 30, quanto fiquei aos 7. Que homem, que tremendo homem.
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