Em entrevista divulgada esta Quarta-feira (06) no site Judão, o ator Daniel Craig fala sobre como interpretar James Bond irá afetar sua carreira, sobre o treinamento para 007 – Operação Skyfall, e mais. Confira…
Está ficando mais difícil para você fazer as cenas de ação?
Daniel Craig – Não, está ficando mais fácil. Quero dizer, as proezas são algo incrivelmente importante para o filme. E é claro que estou envolvido com elas, o máximo possível. Se não sou eu quem faz a cena, é mais algo que depende da geografia do que de qualquer outra coisa. Não faço as muito perigosas, mas do modo que as coisas estão agora, tenho excelentes dublês em todas as partes. Como, por exemplo, o Robbie, que fez todas as sequências da moto e é mundialmente famoso. Só é preciso fazer com que pareça bom e o mais real possível.
Você gosta do treinamento pra ser James Bond?
Daniel Craig – É muito chato. Na verdade, tudo bem fazer exercícios físicos. Dá para desligar, então acredito que gosto dessa parte, posso fazer algo que não exige concentração e relaxar um pouco. Não é desagradável, mas é chato.
Bond é um de nós?
Daniel Craig – Isso é interessante. Bem, eu não acho que ele seja como nós. Ele é meio insensível e frio. Não acho que ele tenha aquele… é um filme de Bond. E ele tem de continuar sendo Bond. Mas, a história com Judi é muito importante, se eu tentasse diminuir e não dar valor a isso, teria sido errado em minha opinião.
Que influências de filmes como os da série Bourne e Batman há nessa franquia? Os novos filmes realmente se encaixam no âmbito do real, ao invés de fazê-lo tão fantasioso que perdemos a parte humana de tudo isso. Foi um esforço consciente dos produtores levar Bond nessa direção?
Daniel Craig – Não, acho que não. Não acredito que tenha havido um esforço consciente em algum momento. É um processo muito longo. Não há um momento único em que pensamos que vamos fazer assim, vamos fazer daquele jeito. Coloca-se 100 pessoas numa sala e pergunta-se: “Quais as suas ideias?” E as 100 pessoas começam: “Eu tenho esta ideia, esta é a minha ideia”. Não tem nada a ver com o que está acontecendo no mundo. É apenas o que acontece naquele lugar. Não se faz um filme para ser como outro filme. O filme é feito para ser diferente de todos os outros. Então não acredito que esse seja o caso. Não faz sentido para mim. Não estamos fazendo um filme para agradar as pessoas dessa forma. Estamos fazendo um filme porque estamos tentando fazer o melhor que podemos.
Este Bond, comparado a alguns dos que tivemos nas últimas duas décadas, tem uma história de origem. Pela primeira vez, Bond realmente tem um início. Para uma geração que provavelmente não sabe mais do que Ian Fleming lhes contou…
Daniel Craig – Bem, como eu disse antes, é muito importante como um ponto a ser estabelecido. Por conta dos 50 anos da série Bond, estabelecer uma base. Mas também nos livrarmos de… bem, nós chutamos de bunda.
Você pensa em como este papel irá afetar o resto de sua carreira?
Daniel Craig – Isso é a minha carreira. Não há nada mais. Não penso não.
É um papel que pode projetar uma sombra sobre o ator, só estou curioso…
Daniel Craig – Sim, é o que se tira dele. E está funcionando para mim no momento. Então continuo fazendo-o, e haverá outras coisas para fazer. Quando aceitei o trabalho, eu mais ou menos sabia que teria um efeito significativo sobre o que aconteceria. As pessoas achariam muito difícil não me ver como Bond, o que eu sempre soube que aconteceria. Mas, o que posso fazer sobre isso? É uma escolha minha ser Bond. Então tenho de viver com isso, e tentar ser o melhor Bond que eu puder. E o tempo dirá se as pessoas conseguirão esquecer isso um pouco.
Neste filme, enquanto os personagens falavam, percebi que história não dependia apenas da ação. Havia discursos, havia diálogos. E não sei por que isso me pareceu algo único nessa franquia. Porque estávamos tão acostumados a ver esses cenários imensos, mas há cenas realmente ótimas.
Daniel Craig – Acho que é possível combinar os dois elementos. Acho que é possível ter tudo. Por que não? Quem disse que não podemos ter os dois? Ninguém, até onde sei. Eu não estava presente à reunião em que isso foi dito. Então, até onde me concerne, vamos ter a história, vamos ter a ação. Vamos ter tudo que pudermos. Vamos ter tudo que seja Bond no filme também.
Como você enxerga o senso de humor negro neste filme?
Daniel Craig – Bem, eu sempre mantenho, sempre… quando começamos isso, quando eu comecei, quando fiz 007 – Cassino Royale, eu sempre quis… talvez 007 – Quantum Of Solace seja mais sombrio do que desejávamos que fosse. Mas isso se deveu a muitas outras coisas. Mas o que eu sempre quis, em determinado momento, era zerar tudo e voltar ao humor e ao humor negro. Mas o humor sempre surge de situações sombrias com Bond. Sempre foi assim. E acho que é resultado de um bom roteiro. E desta vez, com John Logan escrevendo diálogos ótimos, foi mais fácil encontrar a leveza.
Por que você não faz mais comédia? É algo que gostaria de fazer?
Daniel Craig – Não em especial, não. Acho que fazer comédia é algo realmente difícil. Há comediantes cômicos que atuam no cinema atualmente, e eles têm um processo. E a maior parte do trabalho é de improvisação. E não há um roteiro, eles meio que vão atuando e têm uma ideia. E a experimentam. E eu não sei trabalhar assim. Sei como trabalhar a partir de roteiros, e há alguns poucos roteiristas que escrevem ótimas comédias, que escrevem coisas realmente engraçadas. E esses são rapidamente contratados. Eu preciso de um bom roteiro. Preciso de um roteiro engraçado, não sei apenas improvisar.
Com informações Judão. █
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