Jeffery Deaver está no Brasil lançando seu mais novo livro, “A Janela Quebrada”, e é claro, falar sobre “Carte Blanche”, último livro de James Bond escrito pelo autor. Neste Sábado (03), Deaver esteve na Sala Leste do Santander Cultural na Feira do Livro de Porto Alegre, onde conversou com os jornalistas e leitores presentes.
O assunto principal da mesa-redonda foi seu novo livro, “A Janela Quebrada”, uma espécie de continuação de seu best-seller “O Colecionador de Ossos”, que tornou-se conhecido mundialmente após ter sido adaptado para o cinema, no filme homônimo estrelado por Denzel Washington e Angelina Jolie. Como esperado, Deaver também falou sobre “Carte Blanche”, último livro de James Bond escrito por ele e lançado no Brasil pela Editora Record, em Junho.
Em Porto Alegre desde Quinta-feira (01) para se familiarizar com a Feira do Livro e comprar alguns souvenires para os amigos dos EUA, Deaver falou sobre seu método de trabalho, a relação entre literatura e cinema e suas impressões sobre o Brasil, confira:
Você está no Brasil para falar sobre “A Janela Quebrada” e na próxima Terça-feira (06), vai até São Paulo para apresentar “Carte Blanche”. Pretende concentrar as apresentações em livros distintos em cada lugar?
Jeffery Deaver – Não tanto quanto se poderia pensar. Quando encontro meus leitores, gosto de falar sobre um livro e explicar meu método de trabalho. Mas isso não me impede de comentar também “Carte Blanche” aqui e “A Janela Quebrada” lá. Ou ainda de relembrar “O Colecionador De Ossos” em qualquer lugar. A conversa flui livremente. O que faço questão mesmo é de aprofundar sobre meu esquema de elaborar e montar um livro.
Pode antecipar o que falará sobre esse método de trabalho?
Jeffery Deaver – Claro. Enxergo o livro como um produto, tal como um carro, por exemplo. Escrever é um trabalho que diz respeito muito mais ao leitor do que ao escritor, porque é ele, o leitor, que precisa aproveitar. Ao escritor cabe criar algo que valha o tempo e o dinheiro do consumidor. Então criei um esquema bem focado. Primeiro passo oito meses arquitetando os capítulos, pensando nos personagens, elaborando as tramas, planejando as mortes e reviravoltas, até decidir o final. Então sento e escrevo. Escrever leva dois meses, seja um livro de 150 ou de mil páginas. Depois reviso, reescrevo alguma coisinha e pronto. É só esperar para conseguir competir com a internet, a TV, o cinema.
Seu trabalho ficou famoso justamente por causa do cinema, com “O Colecionador De Ossos”. Como lida com essa relação entre seus livros e o cinema?
Jeffery Deaver – Muito bem, acho maravilhoso ter livros transformados em atrações visuais, seja para o cinema ou para a TV. Quanto mais pessoas conhecerem meu trabalho, melhor. Alguns autores falam que detestam, que Hollywood destruiu suas obras, mas devolver o dinheiro dos direitos autorais para os estúdios eles não querem. Isso é bobagem, de toda maneira, por dois motivos. O primeiro é que, como escritor, não tenho nada a ver com a versão cinematográfica de um texto meu. E a segunda é que a experiência emocional de assistir a um filme é completamente diferente de ler um livro. Não há rivalidade. Faço qualquer coisa para alcançar o máximo de pessoas possível.
E o que achou do filme “O Colecionador De Ossos”?
Jeffery Deaver – Gostei muito. Denzel Washington está soberbo, Angelina Jolie começava a se mostrar uma grande atriz. Ficou muito bom.
Já existe interesse de “A Janela Quebrada” ser transformado em filme, para dar continuidade à história também nas telas?
Jeffery Deaver – Acabo de receber um e-mail de um estúdio interessado nos direitos, mas não há nada certo.
Voltando à literatura, conhece algum autor brasileiro?
Jeffery Deaver – Infelizmente não. O problema é não haver traduções para o inglês, o que é uma pena. Sinto o mesmo em relação às literaturas italiana, alemã e escandinava.
E o que está achando da Feira do Livro de Porto Alegre?
Jeffery Deaver – Maravilhosa, e não estou falando isso só para agradar, sou péssimo mentiroso. É que já estive em festivais no mundo inteiro, e nenhum é tão grande e abrangente quanto este. Esta feira é pelo menos dez vezes maior do que as que acontecem nos EUA. E as vistas são fantásticas, tanto aqui da praça (da Alfândega) quanto do Cais do Porto. O cais é muito inspirador.
A ponto de colocar o Brasil em um de seus próximos livros?
Jeffery Deaver – Sem dúvida. Não fazer uma história toda passada aqui, mas alguma parte da trama, sim. E, em Porto Alegre mesmo, até porque tenho um funcionário daqui (Adriano Rocha, que cuida da vendas dos cães que Deaver cria com a namorada. Sim, além de escritor, ele é criador de cães] quanto porque achei o cais um lugar meio assustador, ótimo para acontecer a morte de algum personagem.
Jeffery Deaver vai estar na FNAC Paulista em São Paulo na próxima Terça-feira (06), onde participará de um bate-papo com os fãs de James Bond, organizado pela Editora Record e pela Comunidade 007 Brasil.
FONTE: Feira Do Livro POA. █
Carte Blanche é um livro mto bom. 007 voltou à origem dos livros. Os lugares ricamente detalhados são um convite p/ se viajar até lá e a estória prende tanto q não dá vontade de parar de ler. E qdo o livro acaba fica uma ponta de saudade. C/ certeza relerei futuramente.