O blog JornalismoModerno publicou recentemente um ótimo Review do livro “Carte Blanche” escrito por Jeffery Deaver e lançado no último dia 30 de Junho no Brasil pela Editora Record, e também uma breve entrevista comigo falando sobre o novo livro.
Gaúcho de Redentora e residente de Santa Maria, o designer gráfico de 27 anjos, Marcos Kontze é o fundador e administrador do site www.JamesBondBrasil.com que recentemente completou um ano. O primeiro contato de Kontze com o espião de Ian Fleming se deu aos 12 anos quando jogou pela primeira vez o clássico game GoldenEye 007. Depois disso a paixão pelo personagem só foi crescendo. Na mesma época, talvez a mão do destino, a Revista Caras lançou quinzenalmente nas bancas uma nova coleção de filmes e fascículos, para surpresa do garoto de 12 anos era a Coleção James Bond.
Kontze é um dos administradores da Comunidade 007 Brasil, o primeiro e principal site sobre o personagem no país. Em 2006 se tornou o fornecedor oficial de informações sobre 007 – Cassino Royale e front-man da Sessão News 007 do site. O JornalisModerno bateu um papo com o gaúcho sobre o novo romance protagonizado pelo agente secreto mais famoso do mundo, “Carte Blanche”.
Confira a entrevista abaixo:
JornalisModerno – Você já leu os romances de Ian Fleming?
Marcos Kontze – Já, porém fora da ordem cronológica.
JM – E romances de outros autores sobre o personagem, já os leu também?
MK – Já. Todos do John Gardner, “A Essência Do Mal” de Sebastian Faulks, o atual “Carte Blanche” de Jeffery Deaver e 6 livros do Raymond Benson. Tenho os livros da série Jovem Bond de Charlie Higson, mas nunca os li, nem os três livros “The Moneypenny Diaries”.
JM – Você acha que “Carte Blanche” cumpre bem o papel de representar James Bond?
MK – Sem dúvidas. Assim como Ian Fleming, o autor consegue detalhar a rotina do personagem em toda a trama, em detalhes, desde o seu café da manhã até o almoço com seu chefe. Um dos pontos que destaco é a personagem May, empregada de Bond presente em livros do Fleming e Gardner. A excelente pesquisa do personagem feita pelo autor também é digna de respeito. Claramente Jeffery Deaver foi a fundo no personagem para escrever “Carte Blanche”.
JM – O livro apresenta um James Bond contemporâneo, você acha que essa repaginada separa o personagem da sua versão original, como se Jeffery Deaver estivesse criando algo seu?
MK – Não vejo diferença entre o personagem original de Ian Fleming para o personagem retratado por Jeffery Deaver em “Carte Blanche”. Acredito que assim como a série cinematográfica, o personagem sofreu uma evolução natural. Mesmo escrevendo uma história contemporânea, com elementos do cotidiano atual, o autor consegue manter as raízes da escrita de Fleming.
JM – A trama e os personagens o cativaram?
MK – Bastante. Todos os personagens conhecidos da série estão presentes. Como diria o personagem Robinson no filme “007 – O Amanhã Nunca Morre” (Tomorrow Never Dies, 1997): “É diversão para toda a família”.
JM – O que você mais gostou no livro?
MK – Além da bizarra fixação do vilão do livro por corpos em decomposição, com detalhes patológicos muito bem descritos por Jeffery Deaver, e o primeiro capítulo digno de um filme estrelado por Daniel Craig, o principal atrativo do livro para mim e o que certamente mais me chamou a atenção, foi a idéia trazer o personagem para os dias atuais. Fazendo menções desde o iPhone até Harry Potter. Mesmo com essa temática modernista, o autor consegue manter os elementos clássicos do personagem.
JM – O que você menos gostou no livro?
MK – Por mais detalhista que Ian Fleming foi em seus livros, nenhum deles possuía uma quantidade tão grande de siglas de agências governamentais, protocolos, etc. Mesmo com o extenso glossário, isso acabou me atrapalhando um pouco.
JM – O livro faz menção a vários orgãos de segurança e espionagem. Você acha que Deaver foi convincente nesse relato do mundo da espionagem?
MK – Mais um ponto positivo para o autor. A excelente pesquisa feita por ele para descrever as agências, dá um tom mais realista a trama, mesmo com todas as intermináveis siglas.
JM – Deaver não escreverá o próximo livro do espião, em seu lugar entra William Boyd. Você aprova a escolha ou gostaria que o americano ficasse para escrever mais uma aventura do seu James Bond moderno?
MK – Nunca li nenhum livro de William Boyd, portanto não conheço seu trabalho. Mas pelo que já foi dito em entrevistas, o próximo livro volta a ser ambientado na década de 60, o que particularmente não me agrada. O próprio Jeffery Deaver já demonstrou interesse em escrever outro livro do personagem, fato que teria meu total apoio. Só nos resta esperar.
“Carte Blanche” encontra-se à venda nas Livrarias Saraiva, Cultura e Livraria Da Travessa. █
Q orgulho !